Informações exclusivas da perícia e da investigação do caso Genivaldo – o homem agredido e asfixiado em uma abordagem brutal de policiais rodoviários federais, em Sergipe, foram obtidas pelo Fantástico. Os três agentes foram indiciados. Eles respondem em liberdade.

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Caso Genivaldo: perícia afirma que gases tóxicos causaram colapso no pulmão de homem que morreu em abordagem da PRF
Homem com esquizofrenia morre após abordagem da Polícia Rodoviária Federal em Umbaúba

Foram 11 minutos e 27 segundos em meio a gases tóxicos, dentro de um lugar minúsculo e sem poder sair da viatura estacionada. Este é um dos resultados da perícia feita pela Polícia Federal sobre a abordagem violenta que resultou na morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos.

O ato brutal aconteceu no dia 25 de maio, em Umbaúba, cidade do sul de Sergipe com cerca de 25 mil habitantes. Os acusados, três policiais rodoviários federais: William de Barros Noia, Kleber Nascimento Freitas e Paulo Rodolpho Lima Nascimento. Genivaldo foi parado pelos agentes por pilotar uma moto sem capacete.

Os peritos analisaram imagens de câmeras de segurança e vídeos gravados por pessoas que testemunharam tudo, inclusive parentes de Genivaldo.

A Polícia Federal fez uma reconstituição do caso e concluiu: com a detonação do gás lacrimogêneo, houve a liberação de gases tóxicos, como o monóxido de carbono e o ácido sulfídrico. Os peritos atestaram que a concentração de monóxido de carbono foi pequena. Já a de ácido sulfídrico foi bem maior, e pode ter causado convulsões e incapacidade de respirar.

Segundo a perícia, o esforço físico intenso e o estresse causados pela abordagem policial resultaram em uma respiração acelerada de Genivaldo. Isso pode ter potencializado ainda mais os efeitos tóxicos dos gases. A perícia afirma ainda que os gases causaram um colapso no pulmão de Genivaldo.

A Polícia Federal indiciou os três agentes da PRF por homicídio qualificado e abuso de autoridade. Agora, o Ministério Público Federal e a Justiça decidem se vão dar prosseguimento ao processo.

A defesa alega que a intenção não era matar Genivaldo.

Fonte: Fantástico