Falha no sistema elétrico do compensador pode ter causado queda de aeronave em manguezal de Aracaju, aponta Cenipa
Bombeiros fazem busca em mangue onde avião caiu — Foto: Joelma Gonçalves/G1

Uma falha no sistema elétrico do compensador pode ter sido a causa da queda da aeronave que caiu no manguezal do Bairro Coroa do Meio, na Zona Sul de Aracaju, em maio deste ano, e vitimou o piloto Adriano Leon, de 32 anos, que estava sozinho. Ele havia decolado do Aeroporto Santa Maria, com destino ao município de Unaí (MG).

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O relatório final foi concluído pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) no dia 12 de novembro informando os detalhes do acidente.

De acordo com o estudo, o problema foi causado, possivelmente, por um contato acidental dos cabos condutores com a estrutura do manche. Esse contato pode provocar o acionamento involuntário do relé do trim, travando-o na posição de cabrado ou picado. Se a aeronave estiver em alta velocidade e ocorrer pane, o piloto terá pouco tempo para identificar e eliminar a causa do problema.

Falha no sistema elétrico do compensador pode ter causado queda de aeronave em manguezal de Aracaju, aponta Cenipa
Bombeiros fazem busca em mangue onde avião caiu — Foto: Joelma Gonçalves/G1/Arquivo

O acidente

No dia do acidente, cerca de quatro minutos após dar partida no motor da aeronave, o piloto solicitou à Torre Aracaju o retorno ao pátio de estacionamento, em virtude de uma pane no painel da aeronave. Aproximadamente um minuto após ter recebido a autorização solicitada, ele relatou a solução do problema e solicitou o reinício de táxi. A decolagem foi autorizada e a aeronave iniciou a corrida.

Cerca de três minutos depois, o piloto reportou à torre que retornaria ao aeroporto, o que foi autorizado de imediato. O tripulante relatou, ainda, que havia “perdido” o compensador. A aeronave abandonou a reta de decolagem e iniciou uma curva para retorno. Próximo ao pouso, a aproximadamente 900 metros da cabeceira e cerca de um minuto e vinte segundos depois de o piloto haver informado o retorno ao aeroporto, a aeronave caiu no manguezal.

Aeronave amadora

O relatório aponta ainda que o piloto estava certificado, era habilitado, estava qualificado e possuía experiência nesse tipo de voo.

Já a aeronave, de fabricação amadora, estava dentro das conformidades de peso e balanceamento. As escriturações das cadernetas de célula, motor e hélice não foram localizadas.

Relembre

Um avião monomotor caiu por volta das 11h40 do dia 6 de maio em uma região de manguezal e afundou cerca de dois metros no manguezal da Zona Sul da capital sergipana. Aproximadamente uma tonelada da fuselagem foi recolhida.

O corpo da vítima foi localizado cerca de três dias depois da queda. Próximo ao local também foram encontrados o motor e partes da aeronave. Dois dias antes, o braço direito da vítima havia sido encontrado e através de exames de DNA foi comprovada a identidade do piloto.

Adriano Leon fez faculdade de ciências aeronáuticas em Belo Horizonte (MG). Ele deixou uma esposa grávida.

Por G1 SE