A Central de Abastecimento de Sergipe (Ceasa), em Aracaju, pode voltar a ser administrada pelo Governo do Estado ou passar por um processo licitatório. A informação foi confirmada ao F5 News pelo atual presidente da Associação dos Usuários da Ceasa de Aracaju (Assuceaju) nesta quarta-feira (25).
Wilson Nunes disse que ficou surpreso com a informação, mas confirmou ter ciência que desde 2015 existe uma Ação Civil Pública (ACP) movida pelo Ministério Público Estadual para que a administração do centro de compras volte para o Estado. Ele disse também que na semana passada foi realizada uma audiência e a Associação pediu um prazo de 90 dias para analisar a situação.
A Ceasa é administrada pela Associação desde 1992, por meio de uma concessão. O prédio pertence à Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que é parte no processo da ACP. Segundo a Cohidro, nos anos 90, a Ceasa foi transferida da Cohidro para a Emdagro que, por sua vez, fez um contrato com a Associação que perdurou até 2012. Na época, não existia a Lei de Licitações e o contrato com a Associação foi feito por tempo indeterminado, o que, para o MP, está errado.
“Tanto o Ministério Público como a PGE entendem que tem que ser feita uma licitação. A ideia é que a Cohidro supervisione o local, mas que realize uma parceria público-privada ou um processo licitatório para o gerenciamento do espaço”, explicou o presidente da Cohidro, Paulo Sobral.
Wilson Nunes argumenta que a Ceasa tem hoje 770 comerciantes associados, além de 170 pessoas que trabalham pegando carrego, sendo todos cadastrados e uniformizados. Aos sábados cerca de 200 produtores da agricultura familiar comercializam no local. Wilson destaca que está à frente da gestão há 11 meses e que nesse período tem implementado melhorias, apoiadas pelos comerciantes.
“Quem chega reconhece que a Ceasa mudou, está mais organizada e limpa. Investimos em segurança, com a instalação de várias câmeras, comunicação via rádio e treinamento da equipe. Além de desenvolver ações que promovem o bem estar dos associados, como médicos, dentistas, psicólogos, nutricionista, apoio financeiro e jurídico, além de atividades esportivas. Também temos realizado campanhas sociais, para ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade social. Mexer na administração agora pode significar perder tudo isso que conquistamos aqui com trabalho e dedicação”, diz.
De acordo com Paulo Sobral, o Estado está seguindo a recomendação do Ministério Público, mas a situação será amplamente discutida com todos os envolvidos, para que ninguém seja prejudicado.
Por Aline Aragão / F5News