Trabalhadores da Dok Calçados chegaram ao terceiro dia de vígilia na frente da fábrica , em Frei Paulo. O objetivo é impedir que máquinas da empresa sejam vendidas, o que é judicialmente ilegal, segundo o sindicato, pois a empresa encontra-se em recuperação judicial.
Na manhã desta sexta-feira (9), pelo menos 100 funcionários estão na fábrica. De acordo com o sindicato, ontem a noite este número chegou a ser de 300 funcionários. A vígilia começou na tarde da última terça-feira ( 6) e segue acontecendo em Frei Paulo.
O representante do Sindicato dos trabalhadores da Dok Calçados, Roneclécio Alves, explicou o motivo da ação. Segundo ele, os trabalhadores bloquearam a saída da fábrica para evitar que carretas carregadas com máquinas da empresa fossem vendidas. A maior apreensão dos funcionários era que a Dok Calçados vendesse o seu patrimônio.
Os trabalhadores foram informados de que o comprador das máquinas estava no local. Sabendo que esta ação não é permitida, visto que a empresa está em recuperação judicial, os funcionários bloquearam as saídas e o sindicato informou ao administrador da recuperação judical. Além disso, o sindicato alegou que os número de patrimônio das máquinas – NP – algo semelhante a chassi de veículos, foram arrancados, com o intuito de que o maquinário não fosse localizado em caso de venda.
Por outro lado, a empresa negou, alegando que as máquinas seriam somente alugadas.
Nesta sexta-feira, o sindicato recebeu uma nota da fábrica, a qual informou que o locador desistiu da negociação e informou que o maquinário seria transferido para a unidade de Birigui, em São Paulo.
Segundo Roneclécio, a transferência das máquinas pode ser feita para uma unidade da mesma empresa, desde que seja acompanhada pelo administrador da recuperação judicial,e, segundo ele, os trabalhadores não poderiam impedir esta ação.
As carretas ainda seguem na empresa e os trabalhadores continuam com a vigília.
POSICIONAMENTO DA FÁBRICA
Por meio de nota, a Dok Calçados se posicionou sobre o assunto. Confira a nota na íntegra:
O Grupo Dok respeita a liberdade de expressão e ressalta que sua gestão tem feito grandes esforços para conciliar o interesse comum de geração de renda e sustentabilidade do negócio. Além disso, reforça que todas as medidas que vem sendo adotadas têm sido conduzidas de forma legítima, conforme estabelecido pela legislação.
A empresa garante que está aberta ao diálogo para aclarar qualquer inferência a respeito do transporte de parte de suas máquinas e esclarece que, como medida para acelerar pagamentos, optou por locar os ativos que se faziam ociosos na unidade de Frei Paulo (SE). Entretanto, houve desistência do locatário devido às manifestações ocorridas na noite passada, 9 de fevereiro, e as máquinas estão sendo transportadas para manutenção na unidade de Birigui (SP), para possível uso ou alienação à outra fábrica local.
O Grupo Dok enfatiza que está à disposição para quaisquer esclarecimentos dos colaboradores, sindicato ou qualquer outra parte interessada.