Na semana passada, uma organização que luta pelos direitos dos animais denunciou a Neuralink — startup fundada por Elon Musk — de maus-tratos contra os macacos usados em experimentos. Agora, a empresa nega às acusações e alega ter construído um viveiro para melhorar a qualidade de vida dos animais ainda no ano de 2020.

📱 NOTÍCIAS: faça parte do canal do SERGIPE HOJE no WhatsApp.

Testes de chip cerebrais da Neuralink mataram macacos, diz denúncia, empresa nega acusações
Neuralink nega alegações de que teria causado sofrimento extremo aos macacos em experimentos (Imagem: Reprodução/AlbertoCarrera/Envato Elements)

“Na Neuralink, estamos absolutamente comprometidos em trabalhar com animais da maneira mais humana e ética possível”, afirma a empresa após as denúncias do Comitê de Médicos para Medicina Responsável (PCRM). Também foi denunciada a atuação da Universidade da Califórnia em Davis (UC Davis), onde os primeiros testes foram realizados.

Além de acusações de maus-tratos e de pedir pelos vídeos dos experimentos, a organização alega que 15 dos 23 macacos Rhesus (Macaca mulatta) morreram durante a pesquisa. Em resposta, a Neuralink nega que impôs “sofrimento extremo” e informa que apenas 8 animais foram sacrificados, mas a maioria foi por recomendação das equipes médicas veterinárias que acompanhavam o estudo.

Além dos experimentos controversos com animais, a empresa de Elon Musk planeja iniciar os testes com o uso de microchips no cérebro humano ainda neste ano. Até o momento, nenhuma agência de saúde autorizou o início dos estudos clínicos.

Como foram os testes com os macacos da Neuralink?

A Neuralink explica que as primeiras cirurgias do experimento com macacos foram realizadas em cadáveres ou como um procedimento terminal. “Os procedimentos terminais envolvem a eutanásia de um animal anestesiado na conclusão da cirurgia”, detalha a empresa. Com isso, a cobaia não sofre “no pós-operatório caso o procedimento de teste tenha um resultado inesperado”. Essa etapa é necessária para aperfeiçoar os processos e a tecnologia.

Outra questão da denúncia era que alguns animais apresentavam partes amputadas, como dedos. “Além de condições pré-existentes, esses animais podem ter perdido dedos ao longo da vida devido a conflitos com outros macacos”, pontua a empresa. No entanto, nenhum desses ferimentos teria ocorrido enquanto as cobaias integravam o projeto da Neuralink.

No total, oito macacos foram sacrificados durante os testes da universidade. “Como parte deste trabalho, dois animais foram sacrificados em datas finais planejadas para coletar dados histológicos importantes, e seis animais foram sacrificados por conselho médico da equipe veterinária da UC Davis”, explica a startup.