Segundo a mulher conhecida como “Dona Josefa da Rua de Riachão”, o Hospital estaria cometendo venda casada e emitindo exames sem carimbo de um médico oftalmologista.
“Eles prometeram exame de vista de graça e a pessoa vai se iludindo pensando que é. Aí quando você faz o exame e sai de lá de dentro tem um ônibus com um pessoal oferecendo óculos. É muita lábia, foi um sofrimento sair de lá. Para eu sair , tive que mentir. Eles insistem. Teve um paciente que para sair eles disseram que tinha que deixar uma garantia de R$ 50 reais. Cai quem quer. E outra, eles não carimbam nada, eles pedem nosso papel que damos entrada, dão outro no lugar”, falou a mulher.
Várias pessoas compraram os óculos na saída do exame. Uma pessoa pagou cerca de R$ 280 reais, divididos em três parcelas de R$ 93,33.
No Brasil, a venda casada é expressamente proibida pelo Código de Defesa do Consumidor (art. 39, I), constituindo, inclusive, crime contra as relações de consumo (art. 5º, II, da Lei n.º 8.137/90).
A denúncia de que os exames não estão sendo carimbados por um oftalmologista foi confirmada por um experience dono de ótica em Lagarto, que não quis ter seu nome citado, mas que entrou em contato com a reportagem e afirmou que o profissional que está realizando exames na unidade é um optometrista, não é oftalmologista, como rege a lei para exames de vista.
Optometrista não pode fazer consultas e receitar óculos, reforça o Superior Tribunal de Justiça. Os optometristas podem confeccionar, vender e comercializar lentes de refração, mas não podem fazer consultas ou exames.15 de out. de 2020
A reportagem tentou contato com a coordenadora, responsável pelo projeto “Visão Para Todos”, ela disse que iria atender, mas quando questionada sobre os carimbos de um profissional não adequado nos exames, ela disse que só iria falar depois.
A denúncia foi ao ar hoje no programa de Lucas Brasil, na rádio Eldorado FM.
Por José Santos