Steve Gorman da Reuters – telescópio espacial James Webb, da Nasa, um instrumento revolucionário de US$ 9 bilhões capaz de perscrutar o mais distante do cosmos, foi lançado na manhã deste sábado (25) na América do Sul, abrindo uma nova era da astronomia.

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O poderoso telescópio infravermelho, saudado pela Nasa como o principal observatório de ciências espaciais da próxima década, foi embalado dentro do compartimento de carga de um foguete Ariane 5 e decolou às 09h20, no horário de Brasília, da base de lançamento tropical da Agência Espacial Europeia (ESA), na Guiana Francesa.

O instrumento de 6,3 toneladas foi lançado do foguete construído na França e entrou em órbita após uma viagem de 27 minutos e sete segundos ao espaço. Agora, ele gradualmente se desdobrará até quase o tamanho de uma quadra de tênis ao longo dos próximos 13 dias enquanto navega.

O telescópio Webb levará um mês para chegar ao seu destino na órbita solar, a cerca de 1,6 milhão de quilômetros da Terra – cerca de quatro vezes mais longe do que a lua.

E o caminho orbital de Webb o manterá em alinhamento constante com a Terra enquanto o planeta e o telescópio circundam o Sol em conjunto.

Em comparação, o antecessor de Webb de 30 anos de idade, o Telescópio Espacial Hubble, orbita a Terra a 340 milhas de distância, entrando e saindo da sombra do planeta a cada 90 minutos.

Nomeado em homenagem ao homem que supervisionou a Nasa durante a maior parte de sua década de formação nos anos 1960, Webb é cerca de 100 vezes mais sensível do que Hubble e deve transformar a compreensão dos cientistas do universo e nosso lugar nele.

Webb verá principalmente o cosmos no espectro infravermelho, permitindo-lhe espiar através de nuvens de gás e poeira onde as estrelas estão nascendo, enquanto o Hubble operou principalmente em comprimentos de onda ópticos e ultravioleta.

História Cosmológica

O espelho primário do novo telescópio – consistindo de 18 segmentos hexagonais de metal berílio revestido de ouro – também tem uma área de coleta de luz muito maior, permitindo observar objetos a distâncias maiores, portanto, mais para trás no tempo do que o Hubble ou qualquer outro telescópio.

Isso, dizem os astrônomos, trará à vista um vislumbre do cosmos nunca antes visto – datado de apenas 100 milhões de anos após o Big Bang, o ponto de inflamação teórico que colocou em movimento a expansão do universo observável há cerca de 13,8 bilhões de anos.

A visão de Hubble remonta a cerca de 400 milhões de anos após o Big Bang, revelando objetos que Webb será capaz de reexaminar com muito maior clareza.

Além de examinar a formação das primeiras estrelas do universo, os astrônomos estão ansiosos para estudar buracos negros supermassivos que acreditam ocupar os centros de galáxias distantes.

Os instrumentos de Webb também o tornam ideal para procurar evidências de atmosferas potencialmente sustentadoras de vida em torno de dezenas de exoplanetas recentemente documentados – corpos celestes orbitando estrelas distantes – e para observar mundos muito mais próximos de casa, como Marte e a lua gelada de Saturno, Titã.

O telescópio é uma colaboração internacional liderada pela Nasa em parceria com as agências espaciais europeias e canadenses. Northrop Grumman Corp foi o contratante principal. O lançador Arianespace faz parte da contribuição europeia.

Webb foi desenvolvido a um custo de US$ 8,8 bilhões, com despesas operacionais projetadas para trazer seu preço total para cerca de US$ 9,66 bilhões, muito mais do que o planejado quando a Nasa estava esquematizando o lançamento em 2011.

A operação astronômica do telescópio, a ser gerenciado pelo Space Telescope Science Institute em Baltimore, deve começar no verão de 2022, após cerca de seis meses de alinhamento e calibração dos espelhos e instrumentos de Webb.