Com o objetivo de contribuir com a localização de pessoas consideradas desaparecidas, será iniciada, nesta segunda-feira (14), a Campanha Nacional de Coleta de DNA. Em Sergipe, a partir do levantamento feito pela Coordenadoria de Polícia Civil da Capital (Copcal), da Polícia Civil, e do Instituto Médico Legal (IML), a coleta de material genético será feita por meio do Laboratório de Genética Forense do Instituto de Analises e Pesquisas Forenses (IAPF). Entre os anos de 2019 e 2021, o estado registrou 946 boletins de ocorrência relacionados ao desaparecimento de pessoas.
Na campanha, que prossegue, inicialmente, até a próxima sexta-feira (18), o objetivo é a coleta de amostras biológicas de familiares de pessoas desaparecidas para exame de DNA e inclusão nos Bancos de Perfis Genéticos de todo o país, bem como o encaminhamento de objetos de uso único e pessoal do desaparecido, que podem aumentar a chance de localização.
As amostras também serão confrontadas com restos mortais não identificados, como ossadas que se encontram no Instituto Médico Legal (IML) ou com pessoas de identidade desconhecida ou, ainda, com amostras de referência de pessoas desaparecidas que já foram inseridas nos Bancos de Perfis Genéticos. Todas as amostras colhidas em Sergipe serão processadas no Instituto Nacional de Criminalística (INC), em Brasília.
O perito criminal Kleber Willer, do IAPF, explicou que a implementação do Laboratório de Toxicologia Forense preparou o estado para atuar nessa busca por pessoas desaparecidas a níveis local e nacional. “É uma campanha nacional. Sergipe tem como colaborar, pois hoje já estamos funcionando com o Laboratório de Genética Forense. Isso possibilita ao estado contribuir com essa campanha a nível nacional para a realizar a coleta desses familiares que têm seus entes desaparecidos e aguardam por uma resposta”, ressaltou.
Kleber Willer também enfatizou que os dados e amostras levantados localmente serão confrontados com informações disponíveis nacionalmente para a concretização da iniciativa de identificação de desaparecidos por meio da análise de DNA. “É uma campanha extremamente importante na qual poderemos mapear, em todo o Brasil, a busca de pessoas desaparecidas, com a possibilidade de identificar esses parentes através do exame de DNA e do vínculo genético com as amostras coletadas, realizando, assim, o confronto com as amostras coletadas”, detalhou.
Segundo os dados nacionais, levantados pelo Ministério da Justiça e da Segurança Pública (MJSP), cerca de 80 mil pessoas encontram-se desaparecidas no Brasil. O perito criminal reiterou que, mesmo após a campanha, a procura por essas pessoas continuará, levando em consideração os levantamentos feitos, em Sergipe, pela Copcal e IML. Kleber Willer também orientou que os familiares que tiverem dúvidas sobre a coleta procurem a Copcal, o IML ou, ainda, pelos telefones (79) 3198-2802 e 3198-2811.