Advogado suspeito de estuprar colega pode perder direito de exercer profissão, diz presidente da OAB-SE
Advogado suspeito de estuprar colega pode perder direito de exercer profissão, diz presidente da OAB-SE

O advogado suspeito de estuprar uma colega advogada, após um bloquinho pré-carnavalesco em Aracaju, pode perder o direito de exercer a profissão, de acordo com o que informou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Sergipe (OAB-SE) Danniel Alves Costa, durante entrevista coletiva nesta sexta-feira (23).

📱 NOTÍCIAS: faça parte do canal do SERGIPE HOJE no WhatsApp.

“Caso venha a ser indiciado pela polícia, vai responder ao processo no poder judiciário, e se tiver comprovado que o crime foi praticado, vai cumprir as penas da lei. No âmbito da Ordem, é um processo sigiloso, que tramita sob a condução do nosso secretário geral, já que tanto a presidência quanto a vice-presidência se julgaram suspeitos, e caso venha a ser comprovada no âmbito do poder judiciário a ocorrência do crime, o advogado pode sim ser excluído dos quadros da Ordem”, disse.

O caso ocorreu no dia 27 de janeiro e foi registrado pela vítima no Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), no dia 1º de fevereiro. A polícia solicitou exames e aguarda laudo pericial.

A vítima e o suspeito são conselheiros da OAB-SE. Segundo o órgão, ele foi afastado da função, um processo ético-disciplinar foi instaurado, com sigilo aos autos, e um acolhimento foi oferecido à vítima.

Ao g1, o advogado de defesa do suspeito informou que acredita na inocência do cliente e que já entrou em contato com as autoridades policiais para esclarecimento dos fatos. O suspeito ainda não foi convocado para prestar depoimento.

O caso

No boletim de ocorrência, obtido pelo g1, a vítima relata que pediu ao suspeito para acompanhá-la do bloquinho, na Avenida Beira Mar, no Bairro Treze de Julho, até o prédio da sede da OAB, na Avenida Ivo do Prado, Zona Sul da capital, onde pegaria um carro de aplicativo, mas ele a teria oferecido uma carona. No caminho, teria a assediado e dito “Não existe carona de graça não”.

Além disso, o suspeito informou que precisaria passar em casa para tomar banho e ir a outro evento, antes de levar a vítima até seu destino. No apartamento, ele teria desferido um tapa no rosto da vítima e a levado para a cama a empurrões. Em seguida, teria cometido o estupro.

A vítima ainda informou que chamou um carro por aplicativo e saiu do local. Alguns dias após, com dores e cólicas, procurou uma ginecologista, que constatou várias lesões na genitália, além de herpes.